Hypatia Award
SOBRE O PRÊMIO HYPATIA
A arquiteta NINA AVRAMIDOU (Cicop.Net ITALIA) é fundadora do Prêmio Hypatia Internacional.
São nomeados cinco presidentes: um para os países africanos, um para os países americanos, um para os países asiáticos, um para os países australianos, um para os países europeus.
O Comitê Diretor do Prêmio Hypatia é formado pelos Membros Fundadores, que a cada ano escolhem entre si um Presidente.
Neste ano de 2023, a Presidente do Prêmio Hypatia 2 é a arquiteta MARIA RITA AMOROSO (Presidente do Cicop.Net Brasil e Presidente das Américas).
Prêmio Internacional Hypatia 2023
Matéria publicada pelo IPHAN reconhece brasileiros vencedores do Prêmio Hypatia através da candidatura recebida pelo Cicop.Net Confederation - Presidente das Américas Maria Rita Amoroso.
"Arqueóloga que descobriu o Cais do Valongo ganha prêmio internacional"
Defensora de uma Arqueologia crítica e engajada, Tania Andrade Lima receberá o Hypatia Award em 16/10, na Itália.
Matéria por Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN. Publicado em 11/09/2023.
Link da matéria:
A carioca Tania Andrade Lima é uma das vencedoras do prêmio internacional Hypatia Award 2023, por seus serviços prestados à Arqueologia, à História e ao Patrimônio Cultural da humanidade.
Ela está entre os 10 profissionais homenageados com o prêmio neste ano, em cerimônia que vai acontecer no dia 16/10, na abertura da 6a Bienal de Restauro Arquitetônico e Urbano (BRAU6), em Florença, na Itália. Concedido pela Confederação dos Centros Internacionais para a Conservação do Patrimônio Arquitetônico (CICOP Net), o prêmio celebra o trabalho de mulheres e homens que contribuem para o progresso do conhecimento científico em suas áreas de atuação.
No caso de Tania, destaca-se seu protagonismo numa descoberta recente que ajudou a reescrever a história da escravidão nas Américas, particularmente no Brasil. Em 2011, escavações conduzidas pela arqueóloga na zona portuária do Rio de Janeiro revelaram os vestígios do Cais do Valongo, antigo cais de pedra onde se estima haverem aportado mais de um milhão de africanos escravizados. Pela importância da descoberta, em 2017, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo foi declarado Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Com carreira dedicada à Arqueologia, Tania é pesquisadora sênior do CNPq e professora aposentada do Departamento de Antropologia do Museu Nacional da UFRJ, de cujo Programa de Pós-Graduação em Arqueologia ela foi fundadora, coordenadora e para o qual ainda hoje colabora, orientando teses e dissertações e ministrando disciplinas. Tendo sido presidente e vice-presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira, integra o conselho editorial de revistas científicas no Brasil, América do Sul e Europa, além de já ter recebido diversas láureas, como a Comenda da Ordem do Mérito Cultural concedida pelo Presidente Luiz Inacio Lula da Silva, em 2006, e o Prêmio Globo “Faz Diferença”, na categoria “Rio”, em 2016.
Brasil no Hypatia Award
O mais recente reconhecimento ao trabalho de Tania é um prêmio concedido a poucos brasileiros, sobretudo em sua área de atuação – ela é a segunda arqueóloga do País a receber o Hypatia, que também foi dado a Niède Guidon, em 2020, por sua atuação na criação e conservação do Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí, igualmente tido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Mas Tania não será a única representante do Brasil na cerimônia de entrega do Hypatia Award 2023. Além dela, entre os dez profissionais homenageados com o Hypatia neste ano, estará também o padre Júlio Lancellotti, por sua luta contra a arquitetura hostil que impede moradores de rua se abrigar em espaços públicos e sua defesa de projetos urbanísticos inclusivos. Serão, portanto, dois brasileiros ilustres por trabalhos dedicados a reparar injustiças: um atuando nos dias de hoje, a outra ajudando a jogar luzes em um passado que não pode jamais ser esquecido – o que não deixa de ter efeitos concretos no presente.
“Mais que um prêmio à minha pessoa, a grande premiada foi a Arqueologia, que nem sempre é valorizada pela capacidade que tem de trazer à tona verdades indesejáveis, dolorosas, que muitos desejam esquecer ou ignorar”, observa Tania. “O Cais do Valongo denuncia a que ponto as pessoas são capazes de chegar no ódio e no desprezo por aqueles que são diferentes delas, ultrapassando todos os limites da intolerância e da perversidade humana.”
Para a arqueóloga, a aclamação a obras como a do Cais do Valongo “constitui uma demonstração vigorosa de que uma parte muito expressiva da humanidade rejeita essa ideologia” e ajuda a “deter o violento preconceito racial que vem se alastrando nos últimos anos, não só no Brasil, mas no mundo inteiro. O racismo que a gente via antes disfarçado, escondido dentro do armário, perdeu a vergonha e se soltou despudoradamente. Então, todo esforço de convencimento precisa ser feito na direção contrária, e o prêmio Hypatia é um passo importantíssimo nessa direção. É uma voz muito alta que se levanta em defesa dos que são humilhados pelo preconceito racial – daí minha mais que infinita gratidão por esse prêmio.”
Iphan coordena gestão compartilhada do Cais do Valongo
Desde 21 de março deste ano, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada ao Ministério da Cultura, coordena o Comitê Gestor do Sítio Arqueológico do Cais do Valongo, entidade responsável por estabelecer diretrizes e monitorar a efetividade das ações de preservação e salvaguarda do bem. O comitê é composto por 15 instituições representativas da sociedade civil e 16 governamentais nas esferas federal, estadual e municipal.
(por Assessoria de Comunicação Iphan - Alexandre Bandeira)
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YπIA (International Hypatia Award) 2023 Schedule
First Prize: coinciding with the 6th Biennial of Architectural and Urban Restoration, BRAU6, scheduled for October 15 to 30, 2023.
Minimum prize amount: 5000 euros. It will also depend on potential sponsors and BRAU6's revenue potential.
The selection of winners will follow the following procedure:
Until April 30, 2023
All founding members collect, examine and propose the names of potential winners, attaching to each selected their documented curriculum as required by law, after interviewing potential candidates for the award.
The material collected is transmitted to the President responsible for the geographic area to which the prize-winning proposal belongs.
Until June 30, 2023
Each competent President, after receiving the material, examines and refines the material received and sends the material collected to the Secretary General who forwards it to the President of the Prize.
The Presidents involved send the collected material and their opinion to the Secretary General who forwards it to the President.
Until August 15, 2023
The Prize President contacts potential recipients confidentially to ensure their availability to receive the prize.
Until August 31, 2023
All founding members express their opinion following the same “reasoned ranking” and send it to the Secretary General and the President of the Prize.
Until September 15, 2023
The General Secretary closes the counting operation, which presents the 10 winners and the first classified and transmits the results to all the founding members and to the President of the Prize.
The President promptly informs the winners of the 2nd ΥπIA prize.
The top ten on the list will be “ranked” for the 2nd ΥπIA award, in “recognition of merit”.